domingo, 21 de agosto de 2011

Os princípios da Economia Solidária na prática


Representantes dos empreendimentos falam sobre experiências com a Ecosol


Depois de cinco meses ouvindo sobre os princípios da Economia Solidária, nada melhor do que ver na prática essa outra economia que tem ocupado cada vez mais espaço na nossa sociedade nos últimos anos. Para isso, foram convidados a participar da 12ª Conferência quatro empreendimentos que se baseiam em alguns princípios da Economia Solidária. Diferente das outras aulas - em que professores universitários davam palestras sobre Economia Solidária e EJA (Educação de Jovens e Adultos)- neste último sábado (20), foram os próprios componentes dos empreendimentos que contaram a experiência de trabalhar numa atividade que se baseia na Economia Solidária.

- A Economia Solidária vai muito mais além do que nós do grupo do pão conhecemos e nós queremos saber mais sobre ela – disse Tereza, que faz parte da Oficina do Pão, um grupo de cinco mulheres da Baixada Fluminense que trabalham coletivamente produzindo pães e salgados. A Oficina do Pão é quem faz o café da manhã do curso todos os sábados.

Participaram também da conferência o grupo Gemarte e Mulheres do Salgueiro, de São Gonçalo, e o Banco Comunitário da comunidade do Preventório, em Niterói. Primeiramente, cada representante explicou como é a atividade do empreendimento e depois os professores fizeram perguntas aos grupos baseadas nos princípios da Economia Solidária, como autogestão, finanças solidárias e associativismo. 

O grupo Oficina do Pão respondeu, por exemplo, a seguinte pergunta feita por uma professora: “Como é dividida a sobra, cada pessoa recebe por hora trabalhada?”. Segundo Tereza, a retirada mensal é igual para todas as mulheres do grupo e o valor somente é decidido depois que são pagas todas as contas.

 - No final do ano, nós decidimos se o dinheiro que sobrou vai ser dividido entre todas do grupo ou se ele continuará guardado para um futuro investimento no empreendimento -, completou Tereza.

Há cinco anos produzindo acessórios femininos através do couro da pele curtida da tilápia, uma espécie de peixe de água doce, o grupo Mulheres do Salgueiro tem, segundo a representante Janete, muito cuidado quando alguém quer começar a trabalhar no empreendimento. Isso porque o grupo tem receio de que pessoas novas pensem diferentes e acabem com a união que existe entre as pessoas do Mulheres do Salgueiro. 

Janete fala sobre o grupo Mulheres do Salgueiro


- Quando entram pessoas novas, elas passam por um processo de experiência, porque temos que ver se a pessoa está realmente disposta e tem o perfil do grupo -, disse Janete.



Com a moeda chamada Preve, o banco comunitário da comunidade do Preventório será inaugurado em setembro. O banco recebe assessoria da Incubadora de Empreendimentos de Economia Solidária (IEES) da UFF, mas será gerenciado pelos próprios moradores.



Bárbara França conta a experiência do banco comunitário do Preventório
- Os moradores sabem que nós da incubadora só estamos ajudando eles nesse processo de conhecimento do que é o banco comunitário. Eles sabem e querem a independência de poder gerir o banco sozinhos. Nós da incubadora deixaremos eles em julho do ano que vem – disse Bárbara França, coordenadora da IEES.

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