segunda-feira, 2 de maio de 2011

Professor fala sobre teoria e prática da Economia Solidária

Professor Farid Eid ministrando a 4ª aula do curso

Comércio justo, consumo ético e desenvolvimento local são assuntos que ainda não estão muito dominados pela população brasileira. O professor Farid Eid, professor da Universidade Federal do Pará, foi convidado para exemplificar quais são as alternativas para desenvolver pequenas cidades com a utilização da mão-de-obra local e valorização do que é produzido pelos próprios moradores. Para Farid, o processo de desenvolvimento local no país ainda é muito lento.

As políticas públicas no Brasil ainda estão concentradas para as grandes cidades, o que favorece para que regiões interiorizadas permaneçam em desvantagem. Segundo Farid, 80% dos municípios brasileiros têm menos de 50 mil habitantes. “Através disso dá para entender a importância de valorizar esses lugares para evitar o êxodo”, disse.
Sobre teoria e prática da Economia Solidária no Brasil, Farid disse que há ainda divergências entre os intelectuais que estudam esse sistema econômico. No país ainda não há, segundo o professor, uma teoria consolidada. “A teoria sobre Economia Solidária ainda está em construção, não podemos dizer que ela já está acabada. As experiências de Economia Solidária aqui no Brasil ainda são muito recentes”, alertou. Farid, que trabalha também assessorando incubadoras e cooperativas em todo o país, disse que o Nordeste e o Norte do Brasil são as regiões onde mais se encontram práticas de Economia Solidária. “Nos lugares onde o sistema capitalista não está enraizado é mais fácil desenvolver práticas de Economia Solidária”.

Farid ainda disse que no país não há muito a prática de comércio justo e consumo ético. Isso acontece, segundo o professor, devido à falta de conscientização da população da importância desse tipo de comercialização e também ao desinteresse do poder público em investir nesse hábito, que já é característico em alguns países europeus. Além disso, os produtos comercializados no comércio justo são mais caros.

Na sala de aula, os professores participaram de uma dinâmica na qual tiveram que dar sugestões para promover o desenvolvimento local nas comunidades onde lecionam. Foram sugeridas ideias como a criação de feiras dentro das escolas para os alunos venderem o que produzem e a valorização do comércio local.

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